São os organismos que morrem, não a vida. (Deleuze)
Ao nosso querido e amigo mestre, uma imensa gratidão por convivermos com sua generosidade, afetividade e honestidade.
10 comentários:
Anônimo
disse...
Não poder ouvir suas escutas, aquela voz de bicho, aquela palavra de cão... Valter ficou marcado em quem o encontrou, de algum modo a gente aprende a ouvir com ele, tossir com ele, trocar a letras [questão crínica], se inventar.
Mesmo na dor, é a felicidade de tê-lo encontrado que nos anima: os encontros com ele nunca morrerão.
A primeira vez que conversei com Valter foi no último São João. Eu já o admirava. Quando entrei no ônibus rumo a Iguaí, num sábado meio dia e quinze, eu vejo aquele homenzinho com suspensórios se acomodando numa das primeiras poltronas. Ousadamente, dirigi-me a ele como se já fôssemos amigos. Ele ficou sem graça a princípio, mas logo já falávamos de Foucault, Deleuze, Nietzsche e Amauri Ferreira. Antes de sua parada em Morrinhos eu lhe dei um livro – Deleuze e o Cinema, de Jorge Vasconselos – e lhe disse: “Aqui é para solidificar nossa amizade, Professor”. Há algumas semanas, novamente a cena se repetiu. No mesmo ônibus, no mesmo horário, olha o baixinho outra vez. Eu logo fui ao seu encontro com muito mais intimidade e disse-lhe: “Como vai professor?”. Sentei ao seu lado. Falamos sobre o PT, sobre Freud e sobre Fuganti. Ele me falou de sua aversão ao ambiente acadêmico e da decadência da Psicologia. Disse-me ainda que cultivava planos de lecionar na Uesb no curso de Cinema, uma de suas grandes paixões, pelo que me pareceu. Quando soube de seu falecimento muito me entristeci. Imaginava que as cenas do encontro no ônibus se repetiriam por muitas vezes. Disse a um amigo: “Valter tinha tanto a dar, seu cálice estava transbordando de dádivas – assim como Zaratustra de Nietzsche”. Compareci ao velório e percebi que um intelectual não está preso a um corpo. Suas ideias ganham vida própria e se propagam fazendo com que ressurreições ocorram constantemente. Em mim, carregarei fragmentos de suas ideias. E, em minhas boas memórias, sempre haverá um lugar para meu amigo Valter.
Como dói a ausência física, não poder ouvir sua voz.. Mas os encontros foram tão maravilhosos.. houve tantos agenciamentos, que o prazer de ter tido a convivência alivia a dor.. Saudades de mais deste mestre amigo, dos seus latidos, da conversa,dos incomodos que me provocava, das dores de cabeça sentida após a sua aula.. porque não conseguia parar de pensar.. porque afinal uma coisa, que liga na outra, e que liga na outra...
Uma vida experimental! De tanta coisa bonita, feliz, triste, potente, humorada, inusitada... Dançava sempre nas cordas bambas. Uma vida que não cabia em si! Tão larga que inundava outras, muitas outras... Quem passou por essa vida, chamada Valter, se tornou outro, em alguma medida virou outra coisa. Nunca mais fomos os mesmos depois desse encontro. Tudo é tão forte! Palavras são tão limitadas pra falar de uma vida como essa. Uma vida indefinível... que abraçava os riscos do pensamento e da amizade. Uma vida que já não é apenas uma, nunca foi apenas uma vida. Muitas vidas pulsam mais do que nunca agora. A voz quase inumana que o acompanhava grita agora em outros corpos. A sensibilidade aguçada sente agora em outras peles...
Cheguei aqui pra matar a saudade, só que a minha saudade não morre, ao contrário, ela cresce e machuca mais a cada dia. Sinto falta da risada, da dancinha de bailarina, dos latidos, da voz lendo pra mim ou falando ao telefone "Mô...que hora cê vem?" Sinto falta do barulho da chave na fechadura e dele entrando em casa dizendo "oooooi, e aí?" com uma sacola da Letras&Prosa ou da Canal 3 nas mãos, muitas vezes com as duas... sinto falta de ver filme até enjoar, comer pipoca com café...e ver filme de novo... dos molhos inventados no almoço de domingo que sempre saía depois das 3 da tarde... sinto falta dele falando "Luquinha, vem pro pai, vem...", das mensagens carinhosas no celular... das conversas intermináveis no telefone nas madrugadas insones em Morrinhos... Falta do abraço (eu costumava chamar de meu lugar), falta do cheiro, falta da voz... Sinto falta dele.
Sempre que chego aqui meus zoinhos enchem d'água... Cadê vc Valter? Já lhe perguntei tanto isso... "Por aí!" Ele dizia. Por quanto tempo continuará doendo? Eu nem sequer posso imaginar o que sentes viu Zel... Você, quem ele tão amávelmente dizia ser a culpada de sua presença nesta terra fria... quente... quente e fria... depende da hora do dia... Estive pensando que eu nunca fiz parte dessa cidade como Valter fez, fico olhando pra estas ruas e parece que vou encontrá-lo na próxima esquina como era de costume, como bem disse zezel, com a sacolinha da Letras e Prosa ou da Canal 3... Quase sempre de suspensório... Ô Valter! Porque naquele dia vc me deu atenção? Porque acolheu minha indignação? E depois sem zombar me mostrou que eu estava lendo errado? Agora toda vez que leio algo, sinto que foi vc que me ensinou à ler. Porque foi vc Rodrigues! Que tantas vezes chamei de convencido! Eu devia ter dito o quanto te amava meu amigo (Como Josué também colocou bem no seu texto...) Eu nem sequer tinha percebido quantos 'devires' tive após os encontros contigo, um dia de cabeça baixa, pensei que ninguém me escutava e praguejei estas palavras "Eu preciso mudar!", foi quando vc disse "Vc já mudou!"... Só hoje eu percebi...
... eu fico emocionada de ler tantos comentarios transbordando de afetos, e me sinto entre todos, atravessada... a primeira vez que encontrei o Mestre querido na faculdade Juvêncio Terra, conversamos alguns poucos minutos sobre Nietzsche entre outros e eu pensei: "pra onde ele for eu vou"! esse encontro foi um impacto pra mim, e pouco tempo depois, me encontrei num grupo extremamente rico e alegre! Era Valter o responsavel de tanta energia. Era vida, e continua... todas as palavras serão poucas para expressar minha gratidão, todo silêncio pouco para calar a dor ... para o infinito meu amigo, amo você Perla
Chega um momento em que num único fato prende-nos a questionar num vago e inesperado silêncio... E todos nós, sem jeito, sincopados deste pulso leve, brincalhão de criança e sábio, cegos por não ver a outra margem do mistério da vida na qual gostaríamos que este amado amigo estivesse nos olhando e sorrindo, sentindo como nós o sentimos, misturando tantos sentimentos que nem mesmo toda literatura espinoseana nos confortaria, por apenas ficarmos pasmos desse salto. "Tolos"!!! Me lembra quando no Senhor dos Aneis quando Gandalph se atira, rendendo-se ao abismo devido ao peso de seu corpo, enquanto todos tentavam socorrê-lo. "Tolos"!!! E lança-se no abismo... Sentimo-nos um tanto "tolos", porque nada sabemos? Tolos porque amamos. O espírito é pássaro e o corpo é pluma... Saudades
Rua Leonídio Oliveira, 450A - Recreio - Tel.: [77] 3421-9550 - CEP 45020-341 - Vitória da Conquista - BA
O QUE DESEJAMOS
Usina tem como proposta ser um pólo de agenciamento desejante envolvendo pessoas interessadas em pensar e agir no espaço da cidade de maneira produtiva e criadora, investindo na invenção de vias e matérias de expressão e singularização e trabalhando para a constituição de territórios existenciais com potência de transformação coletiva.
As vias de realização de nossa proposta envolvem a constituição de redes, parcerias e colaborações com grupos, organizações, associações que se reconheçam e se proponham como aliados.
O que cultivamos
Filosofia, Clínica, Cinema, Teatro, Artes Plásticas, Música, Ciências [Humanas e Não-Humanas], Política, Ética, Práticas Relacionais, Ações Culturais/Coletivas...
Não existe obra de arte que não faça apelo a um povo que ainda não existe. (Deleuze)
[...] Pertence realmente ao seu tempo, é verdadeiramente contemporâneo aquele que não coincide perfeitamente com ele, nem se adequa a suas pretensões e é, portanto, nesse sentido, inatual. Mas, justamente por isso, a partir desse afastamento e desse anacronismo, é mais capaz do que os outros de perceber e de apreender o seu tempo. [...] Um homem inteligente pode odiar o seu tempo, mas sabe que irrevogavelmente lhe pertence, sabe que não pode fugir de seu tempo. (Giorgio Agamben)
O trabalho da clínica é acompanhar os movimentos afetivos da existência, construindo cartas de intensidade ou cartografias existenciais que registram menos os estados que os fluxos, menos as formas que as forças, menos as propriedades de si que os devires para fora de si. Traçamos, então, as linhas sedentárias, nômades, de fuga. Estas são as que se evadem dos territórios, que desmancham estados pelo efeito do aumento dos quanta afectivos de uma dada existência. Linhas de fuga que correm o risco constante de se tornar linhas de abolição e, nesse caso, os saltos qualitativos, as fendas criadas no contínuo de uma existência, podem nos precipitar em um buraco negro improdutivo. [...] [Eduardo Passos e Regina Benevides, Passagens da clínica]
OS SENTIDOS DA CLÍNICA Coord. Valter A. Rodrigues Docentes: Antonio Moura, Daniel Marinho Drummond, Leonardo Maia, Valter A. Rodrigues Carga Horaria: 90 h, 30 encontros de 3 h cada. Aos sábados. Turma 1: das 9 às 12 (inicio em 22.05.2010. Turma 2: das 14 às 17h (início em 29.05.2010). Valor: 1 + 5 de R$ 150,00 Local: Rua Leonídio Oliveira, 450 A - Recreio - 45020-341 - Vitória da Conquista - BA Tel. 3421-9550. Certificado: Pós-Grad
Carga horária: 20 encontros de 3h/a[60 h/a] + 40 horas de atividades complementares.
Certificação: FTC - Colegiado de Psicologia. 2. [MÓDULO I] ESQUIZOANÁLISE : UMA INTRODUÇÃO Coord.Valter A. Rodrigues Duração: de 16 agosto a 20 de dezembro de 2008. Todos os sábados, das 9 às 12 horas. Carga horária:60 h/a (20 encontros de 3h/a) Valor:1 + 4 de R$ 90,00. Vagas: 25 [vinte e cinco] LOCAL: Casa Memorial Régis Pacheco – Pça. Tancredo Neves, 91 - Centro Certificado (Curso de Extensão) [pela FTC – Colegiado de Psicologia]: 60 h/a (freqüência mínima de 75%) ou 100 h/a (participação em atividades complementares; trabalho de conclusão) 3. [MÓDULO II] ESQUIZOANÁLISE: MICROPOLÍTICAS DO DESEJO Coord. Valter A. Rodrigues Duração: 09 de agosto a 13 de dezembro de 2008, das 15:00 às 18:00. Pré-requisito: ter participado de Esquizoanálise: uma introdução ou ter familiaridade/leituras prévias dos textos de Deleuze&Guattari.
4. A DIMENSÃO ÉTICO-AFETIVA DA CLÍNICA Grupo de Estudos e Supervisão Coord. Valter A. Rodrigues No. vagas: 8 [oito] Duração: indeterminado. Periodicidade: encontros semanais de 2:30 h. Valor: R$ 250,00 mensais Público-alvo: psicoterapeutas, médicos e demais profissionais que se dedicam à clínica.
Local:Centro Médico Itamaraty - Av. Octavio Santos, 381, sala 502. Tel.: (77) 8817-5456 e (77) 9136-6808
TRANS_FORM_AÇÕES DO COTIDIANO: ARTES POLÍTICAS PRA MOÇADA Coord.Eder Amaral e Silva No. de vagas: 25 [vinte e cinco] Início em 23 de agosto de 2008 15 encontros de 2h + 30h de práticas usinagrupodetudos@gmail.com Clique aqui e baixe o folder do curso. GRUPOS DE LEITURA
CARTOGRAFIAS DA DIFERENÇA: VIDA, PENSAMENTO E INVENÇÃO Coord. de Maicon Barbosa Início: 30 de agosto Local: FTC (módulo II, sala 204), R. Ubaldino Figueira, 200 - Exposição - Vitória da Conquista Carga horária: 20 encontros com 2 h de duração cada. Aos sábados pela manhã. Valor: R$ 20,00 mensais.
Telefone: 8104-3984
Mais informações: Fale Conosco ou tels.: Valter - (77) 8817-5456 / (77) 9136-6808 / Eder - (77) 9123-4923/ Maicon - (77) 8104-3984
* ESCOLA NÔMADE Clique aquipara conhecer a programação da Escola Nômade, em São Paulo: cursos e grupos de estudos sobre Nietzsche, Spinoza, Deleuze, Bergson, etc.
... o presente de um organismo surge em cada instante como uma transformação do presente do organismo nesse instante. O futuro de um organismo nunca está determinado em sua origem (Maturana).
Livrem-se das velhas categorias do Negativo (a lei, o limite, as castrações, a falta, a lacuna) que por tanto tempo o pensamento ocidental considerou sagradas, enquanto forma de poder e modo de acesso à realidade. Prefiram o que é positivo e múltiplo, a diferença à uniformidade, os fluxos às unidades, os agenciamentos móveis aos sistemas. Considerem que o que é produtivo não é sedentário, mas nômade. (Foucault, Uma introdução à vida não fascista, pref. à ed. norte-americana de O Anti-Édipo.)
* I Colóquio Internacional Atividades e Afetos UFMG, Belo Horizonte, de 14 a 16 maio. Usina participou do Colóquio com a mesa-redonda DEVIR-CIDADES: TERRITÓRIOS DA DIFERENÇA. (leia os resumos da mesa em Programação e Caderno de resumos, p. 45-50 [15 de maio, mesa 7]. Eixo Temático: Intervenções em espaços urbanos. Trabalhos: - TAZeando pelo (fim de um) mundo: invenção de Zonas Autônomas Temporárias na academia, por Eder Amaral e Silva Espaço-rua - codificações e reinvenções relacionais/afetivas que permeiam esse lugar, por Maicon Barbosa Silva O homem urbano desconhece as ruas dos homens que as habitam, por Valter A. Rodrigues
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* CINEMA SEIS E MEIA Todas as 4as. feiras, às 18h30 h, no Teatro Municipal Carlos Jehovah/Centro, exibição de filmes (curta, média e/ou longa-metragem) - Entrada franca [Programação anterior: fev.; março; abril; maio; junho]
"[...] Na verdade, essas teorias [as ciências sociais e psicológicas, ou o campo do trabalho social] servem para justificar e legitimar a existência dessas profissões especializadas, desses equipamentos segregativos e, portanto, da própria marginalização de alguns setores da população. As pessoas que, nos sistemas terapêuticos ou na universidade, se consideram simples depositárias ou canais de transmissão de um saber científico, só por isso já fizeram uma opção reacionária. Seja qual for sua inocência ou boa vontade, elas ocupam efetivamente uma posição de reforço dos sistemas de produção de subjetividade dominante” (Guattari & Rolnik, Micropolítica; cartografias do desejo. Petrópolis: Vozes, 1986, p. 29).
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TRUFFAUT, François. O prazer dos olhos; escritos sobre cinema. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 2005. 349 p.
VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego. 9. ed. trad. Ísis Borges B. da Fonseca. Rio de Janeiro: Ed Bertrand Brasil, 1996. 95 p.
WORCMAN, Karen & PEREIRA, Jesus Vasquez (coord.) História falada; memória, rede e mudança social. São Paulo: SESCSP/Museu da Pessoa/Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2006. 278 p.
YOSHIDA, Kiju. O anticinema de Yasujiro Ozu. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.
KINEMAS, FILMES EM FLUXOS Filme concebido para ser uma obra eletrônica in progress, KYNEMAS é um manifesto plástico sonoro sobre as formas nascentes de cinema na atualidade; subway, cinema expandido, cinema eletrônico, cinema plástico, híbrido. Um filme ininterrupto para constantes novas versões, jogos de armar na internet, com teclados interativos, memória eletrônica e ciclo de exibição. Cinética - Cinema e Crítica Ótima revista sobre cinema, com ensaios críticos e notícias. Em especial, navegue por Estéticas da Biopolítica (para acessar a seção, clique em Cultura e Pensamento ou visite o site do Programa Cultura e Pensamentona página do Ministério da Cultura).
Senses of Cinema - A Critical Database Um excelente portal com dados biográficos e filmográficos e ensaios críticos sobre grandes diretores da história do cinema. Em inglês.
Terra Cinema - Favoritos Neste site você encontra bons comentários e informações sobre filmes. Em português.
Magritte, Bacon & Bertolucci The Art of The Spider's Stratagem and Last Tango in Paris. Ensaio que integra imagem e texto, expondo as relações entre o cinema de Bertolucci e a pintura de René Magritte (A estratégia da aranha) e Francis Bacon (Último tango em Paris).
Versátil A Versátil mantém um catálogo em DVD de clássicos europeus e brasileiros com versões remasterizadas de boa qualidade, sempre com bons extras. Antonioni, Bergman, Fellini, Ferreri, Glauber, Visconti, Zurlini... e um amplo etc.
Tempo Glauber Site sobre Glauber Rocha com textos, voz, filmografia, comentários de filmes...
MAKING OFF Site com filmes para baixar, em arquivos Torrent e/ou EMule. Muitos clássicos ainda não lançados em DVD, com imagens de boa qualidade e legendas em português.
RUSSIAN FILM Uma prolífica viagem pela produção cinematográfica russa.
A idade da terra (1980)
Lançado em DVD duplo o último filme de Glauber Rocha. Leia comentários do diretor e da crítica em Tempo Glauber.
BERTOLUCCI, Bernardo (2004). Os sonhadores (The dreamers). Italia, 2004. 114 min., cor. (DVD Fox) *
BIANCHI, Sérgio (2005). Quanto vale ou é por quilo?. Brasil, 2005. 108 min., cor (Europa) *
BOGDANOVICH, Peter (1971). A última sessão de cinema (The last picture show). EUA, 1971. 126 min., p&b (Columbia) *
CACOYANNIS, Michael (1964). Zorba, o grego (Zorba, the greek). 1964. 142 min., p&b (DVD Fox)
CARNÉ, Marcel (1945). O boulevard do crime (Les enfants du paradis - le boulevard du crime/L'Homme blanc). 1a. e 2a. época. França, 1945. 100 + 90 min., p&b (DVD Versátil)
CARVALHO, Luiz Fernando (2001). Lavoura arcaica. Brasil, 2001. 172 min., cor (Europa) *
10 comentários:
Não poder ouvir suas escutas, aquela voz de bicho, aquela palavra de cão... Valter ficou marcado em quem o encontrou, de algum modo a gente aprende a ouvir com ele, tossir com ele, trocar a letras [questão crínica], se inventar.
Mesmo na dor, é a felicidade de tê-lo encontrado que nos anima: os encontros com ele nunca morrerão.
Saudade
Eder
Agora aproveitamos o rastro posto que, sem dúvida, estamos impregnados de ausência, passado e reticências.
Continuo por aqui para testemunhar e provocar. Salut!
Um saudoso abraço
Duda Bastos
A primeira vez que conversei com Valter foi no último São João. Eu já o admirava. Quando entrei no ônibus rumo a Iguaí, num sábado meio dia e quinze, eu vejo aquele homenzinho com suspensórios se acomodando numa das primeiras poltronas. Ousadamente, dirigi-me a ele como se já fôssemos amigos. Ele ficou sem graça a princípio, mas logo já falávamos de Foucault, Deleuze, Nietzsche e Amauri Ferreira. Antes de sua parada em Morrinhos eu lhe dei um livro – Deleuze e o Cinema, de Jorge Vasconselos – e lhe disse: “Aqui é para solidificar nossa amizade, Professor”.
Há algumas semanas, novamente a cena se repetiu. No mesmo ônibus, no mesmo horário, olha o baixinho outra vez. Eu logo fui ao seu encontro com muito mais intimidade e disse-lhe: “Como vai professor?”. Sentei ao seu lado. Falamos sobre o PT, sobre Freud e sobre Fuganti. Ele me falou de sua aversão ao ambiente acadêmico e da decadência da Psicologia. Disse-me ainda que cultivava planos de lecionar na Uesb no curso de Cinema, uma de suas grandes paixões, pelo que me pareceu.
Quando soube de seu falecimento muito me entristeci. Imaginava que as cenas do encontro no ônibus se repetiriam por muitas vezes. Disse a um amigo: “Valter tinha tanto a dar, seu cálice estava transbordando de dádivas – assim como Zaratustra de Nietzsche”.
Compareci ao velório e percebi que um intelectual não está preso a um corpo. Suas ideias ganham vida própria e se propagam fazendo com que ressurreições ocorram constantemente. Em mim, carregarei fragmentos de suas ideias. E, em minhas boas memórias, sempre haverá um lugar para meu amigo Valter.
Rovilson Ribeiro
Como dói a ausência física, não poder ouvir sua voz..
Mas os encontros foram tão maravilhosos.. houve tantos agenciamentos, que o prazer de ter tido a convivência alivia a dor..
Saudades de mais deste mestre amigo, dos seus latidos, da conversa,dos incomodos que me provocava, das dores de cabeça sentida após a sua aula.. porque não conseguia parar de pensar.. porque afinal uma coisa, que liga na outra, e que liga na outra...
Monaliza
Uma vida experimental! De tanta coisa bonita, feliz, triste, potente, humorada, inusitada... Dançava sempre nas cordas bambas. Uma vida que não cabia em si! Tão larga que inundava outras, muitas outras... Quem passou por essa vida, chamada Valter, se tornou outro, em alguma medida virou outra coisa. Nunca mais fomos os mesmos depois desse encontro. Tudo é tão forte! Palavras são tão limitadas pra falar de uma vida como essa. Uma vida indefinível... que abraçava os riscos do pensamento e da amizade. Uma vida que já não é apenas uma, nunca foi apenas uma vida. Muitas vidas pulsam mais do que nunca agora. A voz quase inumana que o acompanhava grita agora em outros corpos. A sensibilidade aguçada sente agora em outras peles...
Cheguei aqui pra matar a saudade, só que a minha saudade não morre, ao contrário, ela cresce e machuca mais a cada dia. Sinto falta da risada, da dancinha de bailarina, dos latidos, da voz lendo pra mim ou falando ao telefone "Mô...que hora cê vem?" Sinto falta do barulho da chave na fechadura e dele entrando em casa dizendo "oooooi, e aí?" com uma sacola da Letras&Prosa ou da Canal 3 nas mãos, muitas vezes com as duas... sinto falta de ver filme até enjoar, comer pipoca com café...e ver filme de novo... dos molhos inventados no almoço de domingo que sempre saía depois das 3 da tarde... sinto falta dele falando "Luquinha, vem pro pai, vem...", das mensagens carinhosas no celular... das conversas intermináveis no telefone nas madrugadas insones em Morrinhos... Falta do abraço (eu costumava chamar de meu lugar), falta do cheiro, falta da voz... Sinto falta dele.
Sempre que chego aqui meus zoinhos enchem d'água...
Cadê vc Valter? Já lhe perguntei tanto isso... "Por aí!" Ele dizia.
Por quanto tempo continuará doendo?
Eu nem sequer posso imaginar o que sentes viu Zel... Você, quem ele tão amávelmente dizia ser a culpada de sua presença nesta terra fria... quente... quente e fria... depende da hora do dia...
Estive pensando que eu nunca fiz parte dessa cidade como Valter fez, fico olhando pra estas ruas e parece que vou encontrá-lo na próxima esquina como era de costume, como bem disse zezel, com a sacolinha da Letras e Prosa ou da Canal 3... Quase sempre de suspensório... Ô Valter! Porque naquele dia vc me deu atenção? Porque acolheu minha indignação? E depois sem zombar me mostrou que eu estava lendo errado? Agora toda vez que leio algo, sinto que foi vc que me ensinou à ler. Porque foi vc Rodrigues! Que tantas vezes chamei de convencido! Eu devia ter dito o quanto te amava meu amigo (Como Josué também colocou bem no seu texto...) Eu nem sequer tinha percebido quantos 'devires' tive após os encontros contigo, um dia de cabeça baixa, pensei que ninguém me escutava e praguejei estas palavras "Eu preciso mudar!", foi quando vc disse "Vc já mudou!"... Só hoje eu percebi...
... eu fico emocionada de ler tantos comentarios transbordando de afetos, e me sinto entre todos, atravessada... a primeira vez que encontrei o Mestre querido na faculdade Juvêncio Terra, conversamos alguns poucos minutos sobre Nietzsche entre outros e eu pensei: "pra onde ele for eu vou"! esse encontro foi um impacto pra mim, e pouco tempo depois, me encontrei num grupo extremamente rico e alegre! Era Valter o responsavel de tanta energia. Era vida, e continua... todas as palavras serão poucas para expressar minha gratidão, todo silêncio pouco para calar a dor ... para o infinito meu amigo, amo você Perla
Chega um momento em que num único fato prende-nos a questionar num vago e inesperado silêncio... E todos nós, sem jeito, sincopados deste pulso leve, brincalhão de criança e sábio, cegos por não ver a outra margem do mistério da vida na qual gostaríamos que este amado amigo estivesse nos olhando e sorrindo, sentindo como nós o sentimos, misturando tantos sentimentos que nem mesmo toda literatura espinoseana nos confortaria, por apenas ficarmos pasmos desse salto. "Tolos"!!! Me lembra quando no Senhor dos Aneis quando Gandalph se atira, rendendo-se ao abismo devido ao peso de seu corpo, enquanto todos tentavam socorrê-lo. "Tolos"!!! E lança-se no abismo... Sentimo-nos um tanto "tolos", porque nada sabemos? Tolos porque amamos. O espírito é pássaro e o corpo é pluma... Saudades
carta para quem não pode ler:
http://morganapoiesis.wikispaces.com/cartaparaquemnaopodeLeR
levo-o comigo,
com todo o meu amor e saudade
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