segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

ao maquinista menor, teimosa homenagem


A partir de janeiro, postaremos no blog uma série de textos de Valter que se encontram dispersos pelo mundo (em revistas, livros, jornais, sites etc.). A postagem cumpre uma curiosa missão: como ele nunca os postou diretamente no blog, indicando apenas links de alguns deles, um tanto tardiamente o faremos por teimosia; não apenas uma homenagem, mas uma celebração das amizades que ele arranjou no pensamento, na vida. Reencontrar Valter em sua escrita, em seu estilo, texto-pulsante, força maior. Nossa graça – dádiva e tesão – para manter o USINA funcionando, produzindo aquilo que o maquinista menor sempre favoreceu com maestria: bons encontros.

Antecipando, segue um poema daquela "vida bonita", entre os papéis...

Oi me diga quem és
Acho que sou saudades
Vim de não sei onde
Talvez de cartas e dizeres
Ruas e olhares
Distâncias próximas
Vida breve muito longa

Um estar-se perto e não tocar
Um estar-se longe e não falar
Mas agora moro aqui
Dentro do coração
Às vezes dormente
Ou como um furacão

É quando a lua me acorda

Lua, de céu e estrelas
Às vezes acordo com palavras
Outras vezes na falta de dizeres
Ainda não sei quem sou
Em que céu estou
Para que estrela olhar
Mas alguém me chamou e me saudou de
Saudades


Valter Rodrigues

***

usineir@s e usinad@s, até janeiro!

4 comentários:

Anônimo disse...

...meu poeta, poetinha camarada! Saudades de tudo.

Morena Sebadelhe disse...

tão vivo
tão presente
nossa constelação

geo disse...

"viver menino, morrer poeta"...
estava em sp quando soube da sua ida, nao te vejo mais, como se eu tivesse partido tb. Nao vejo mais nem vc nem joao, nem eder... etc. com aquela frequencia dos dias que reclamavamos e falavamos sobre o que acontece aqui quase todos os dias, nesse mundo de homens que nao sentem saudades de serem meninos...sinto falta da nossa, falta de palavras ...até lá!

Duda Bastos disse...

quantas estrelas!
ficam e partem
o saúdo, saudade.